terça-feira, 29 de junho de 2010

Flor do deserto



Fui ao cinema na sexta-feira, 25 de junho, e assisti ao filme Flor do Deserto. O filme se baseou no romance autobiográfico da modelo somali Waris Dirie. A história gira em torno da discussão de um assunto controverso e pouco debatido: a mutilação genital feminina (MGF) na África. Waris, filha de pais nômades, cresce no deserto e foge praticamente a pé aos 12 anos para a casa da tia em Mogadíscio - capital da Somália, ao ser negociada pelo pai a se casar com um senhor de 60 anos em troca de 5 camelos.
Ao reencontrar a tia, Waris tem a oportunidade de viajar a Londres para ser empregada do cônsul somali.
Sua vida começa a mudar quando entra em contato com a realidade ocidental. Conhece Marilyn e se tornam grandes amigas. Começa a trabalhar numa lanchonete - na vida real, foi o Mc Donald's - e é notada por um fotógrafo famoso. Tudo tendia a dar certo quando começa a fotografar. Porém, problemas com a imigração atrapalham sua carreira. Casa-se com um britânico e consegue o visto de permanência. Por fim, tem a coragem de falar ao mundo, indo de encontro aos princípios e tradições de seu país, a atrocidade que acontece com toda criança mulher na idade de 4 a 8 anos: a circuncisão feminina. O filme é um alerta a uma realidade que foge aos nossos olhos, mas que está presente em vários continentes: África, Ásia e Europa (imigrantes que mantém a prática). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 150 milhões de mulheres foram afetadas por essa prática. As cenas do filme são fortes e comoventes. Pessoalmente, um dos filmes que mais tocaram meu coração. Recomendo a todos!
Atualmente, Waris Dirie dirige uma fundação que luta contra a MGF na África e é embaixadora na ONU. Além disso, publicou vários livros sobre sua vivência.

Site da Waris Dirie foundation: www.waris-dirie-foundation.com

"Female mutilation has no cultural, no traditional and no religious aspect. Is is a crime which seeks justice."

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